sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Ficha limpa



“Quando os honestos (os justos) governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama”. (Pv 29:2)`

 
Mensalão, caixas dois, esquemas de compra de resultados nos tribunais, sonegação fiscal, falsidade ideológica, peculato (subtração ou desvio, por abuso de confiança, de dinheiro público), formação de quadrilha, improbidade (desonestidade) administrativa, corrupção ativa, apropriação indébita, crime de responsabilidade, corrupção ativa, declaração falsa do IR, etc. Todos esses termos fazem parte dos noticiários dos jornais sobre alguns políticos de nosso país e infelizmente tem contribuído em muito para que o Brasil seja conhecido como um “País corrupto”. Recentemente foi sancionada pelo presidente da República a chamada “Lei da Ficha limpa” que visa punir candidatos que ‘doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição’. A lei é uma ação punitiva à criminosos políticos ou suspeitos, ela visa impedir que políticos nessas situações atuem ou participem de eleições.
 
Quando observo situações como essa em nosso país fico a me perguntar: “O que está acontecendo com as pessoas que nos representam?” Ganham muito bem. Muitos deles têm curso superior. Muitos deles são empresários, vem de boas famílias e moram em excelentes casas. São pessoas populares e assumem cargos de extrema importância para a nação. Mas o que acontece na vida desses para que se deixem corromper? É vergonhoso, não só para os políticos, mas para todos, ser honesto? Algumas respostas podem ser dadas à princípio:
 
1. A integridade hoje tem sido substituída pela “aparência”. Infelizmente é triste notar mas as pessoas medem umas as outras não pelo que são, como se comportam, em que acreditam, mas se “estão bem na fita”. É bom dizer que integridade tem a ver com o coração, com a intimidade, com os escuros de nossa alma que só o Eterno que sabe.
 
2. O dinheiro, a popularidade e o sucesso tem se tornado um deus para as pessoas. Quando trocamos Deus por “outro” deus a auto-promoção, o benefício pessoal, a luxúria e o desejo desenfreado por “mais, mais e mais” é uma excelente proposta para a vida. As pessoas ficam desesperadas por lucro, por posições, por fama achando que isso é a sua tábua de salvação e por isso se iludem vindo a crer que a vida de uma pessoa consiste na abundância de bens que possui.
 
3. A economia de mercado baseada no consumo e uma nova irrupção do sagrado que faz transpirar “espiritualidade” tem moldado o mundo. Por um lado temos a economia de mercado que se encarrega de nos cercar por todos os lados com a mensagem da necessidade de consumo insaciável e por outro lado a teologia da prosperidade que se encarrega de revestir essa obsessão de consumo com uma roupagem espiritual.
 
Diante de tudo isso fica a pergunta: “È possível viver num país em que não se tenha necessidade de uma lei para tratar os “fichas sujas”? Seria somente os políticos os acusados de “ficha suja?”. Como sempre, a Bíblia nos trás o padrão para essa situação. Basta olharmos para a vida de homens como Daniel e José. Os dois faziam parte do alto escalão do governo, assumindo altas posições, tendo que tomar decisões que afetava diretamente a vida de muitas pessoas, tendo que lidar com os aspectos econômicos, sociais, políticos e religiosos de uma nação. Quando olhamos mais de perto a vida desses homens é nítido a integridade, o caráter cristão, a transparência e principalmente a fidelidade desses homens primeiramente a Deus. Daniel, por exemplo, não abriu mão da sua vida de oração, da sua postura cristã, de buscar ouvir a voz de Deus primeiramente não se deixando contaminar. José, por outro lado, não se corrompeu, não fez conchavos com ninguém para se livrar da prisão, não deu telefonemas escondidos e nem pagou propina aos guardas mas compreendeu que Deus é soberano sobre tudo e que nele podia confiar e descansar. A ficha de Daniel e José estava limpa primeiramente diante de Deus. Era a Deus que primeiramente que queriam agradar e viver integralmente.
 
O que faz com que homens como Daniel e José, extremamente envolvidos na política do país, assumindo altos cargos públicos, sujeitos a várias propostas indecentes não se corrompam ou não se vendam? - sua fidelidade a Deus, seu temor a Deus.
 
Finalizando, para que a nossa nação não mais exiba ficha de candidatos “ficha suja” é preciso, não somente votarmos consciente e responsavelmente mas, a começar de nós, vivermos também diante de Deus com nossa ficha limpa. Daniel e José são exemplos de caráter na vida, nos negócios, no trabalho, na política para todos nós e não só políticos.

 

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