segunda-feira, 28 de junho de 2010

Casas que transformam o mundo

“Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração,” At 2.46


Qual a igreja que Deus quer? Hoje somos bombardeados com vários modelos de igrejas, várias maquetes que nos encanta os olhos sobre o ser igreja. Mas, qual deve ser a igreja que Deus quer? Vejamos:

1. Uma igreja em que o cerne da vida dos seus membros seja espelhado não por uma série de eventos religiosos em recintos eclesiásticos reservados especialmente para encontros com Deus oferecidos por clérigos profissionais mas num estilo de vida dos autênticos seguidores de Cristo;

2. Uma igreja em que os seus membros tem a plena certeza de que Deus não habita mais em templos erguidos por mãos humanas mas habita no seu povo e por isso é um organismo vivo e impactante que não vive estaticamente mas em puro movimento;

3. Uma igreja em que o espaço para a verdadeira comunhão é tremendamente real, em que as pessoas podem efetivamente cuidar uma das outras e a atmosfera familiar, dinâmica e relacional é real;

4. Uma igreja que não é dirigida por profissionais da fé, burocratas religiosos e cleros especializados que só produzem consumidores passivos na fé e leigos infantis, mas uma igreja em que os seus membros são “verdadeiros sacerdotes”;

5. Uma igreja em que é um organismo vivo e não uma organização eclesiástica em que gasta todos os seus recursos na manutenção dos seus programas e estruturas;

6. Uma igreja em que a vida dos seus membros não se resume a pessoas santas, numa hora santa, num dia santo, num prédio sagrado, a fim de participar de um ritual sagrado, celebrado por um homem santo em vestimentas sagradas, em troca de uma oferta sagrada, mas uma igreja em que adora em “Espírito e em verdade”, de forma alegre, pulsante e vive o cristianismo de modo aprofundado em Deus;

7. Uma igreja que está muito mais preocupada em ser seguidora de Jesus, convertida verticalmente a Deus, que valoriza a comunhão verdadeira, que partilha sua vida cotidiana e sua nova identidade a Cristo do que ser uma empresa religiosa que comercializa sua marca fazendo concorrência com outras entidades religiosas.

Uma igreja que Deus quer é uma igreja em que não se esconde atrás de seu grande púlpito, trajando túnicas sagradas, pregando palavras santas a uma massa sem rosto mas tem suas casas como locais de culto, de adoração, de louvor, de comunhão, de aprofundamento na amizade. Uma igreja na casa deixa de pedir que Deus abençoe o que ela faz e começa a fazer o que Deus abençoa. É orgânica e não organizada; centrada nos relacionamentos, não formal. Uma igreja nos lares, um grupo de crescimento,eis a igreja que Deus quer e de onde o mundo pode vir a ser transformado. A Deus, toda a glória



sexta-feira, 25 de junho de 2010

Tempo de arrependimento

“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus” (Mt 4.17)
Conta-se a história de dois homens que evidenciaram verdadeira tristeza por seus pecados. O primeiro foi Pedro, que vergonhosamente negou o seu Senhor. Depois de tudo, ele “saindo dali, chorou amargamente” (Mt 26.75). Alguns dias depois Jesus o restaurou ao discipulado, mandando-o pastorear o seu rebanho (Jo 21.15 a 17). O outro homem é Judas, que traiu Jesus por 30 moedas de prata. Quando viu que Jesus estava sendo condenado, ele, “tocado de remorso”, disse: “pequei, traindo sangue inocente”, depois “...atirando para o santuário as moedas de prata, retirou-se e foi enforcar-se” (Mt 27.3 e 5). Casos como esses ainda se repetem hoje quando as pessoas pecam. Uns se arrependem verdadeiramente, recebendo o perdão da parte de Deus e sendo restaurados, mas outros simplesmente são tomados de remorso, não se confessam a Deus pedindo perdão e tocam suas vidas como se nada tivesse acontecido. Há ainda outros que, mesmo quando pecam, não são nem tocados por nada. Onde está a diferença nesses casos? Acredito que seja no fato de que alguns dão suprema importância ao arrependimento para com Deus e outros não.

Se você observar todo o Novo Testamento verá que a primeira nota e a última nota tocada é a do arrependimento. É a nota mais universal do Novo Testamento. O arrependimento é tão importante que tanto João quanto Jesus iniciam os seus ministérios públicos pregando arrependimento: “arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos céus” (Mt 3.2; 4.17). Quando Jesus, depois da ressurreição, apareceu aos seus discípulos, abriu suas mentes para entenderem as Escrituras dizendo: “assim está escrito que o Cristo havia de padecer, e ressuscitar dentre os mortos no terceiro dia; e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém” (Lc 24.46, 47). Os demais apóstolos claramente obedeceram esta ordem de Jesus. Paulo, por exemplo, perante os atenienses disse: “...não devemos pensar que a divindade é semelhante ao ouro, à prata, ou à pedra trabalhados pela arte e imaginação do homem. Ora não levou Deus em conta os tempos da ignorância, agora, porém, notifica aos homens que todos em toda parte se arrependam...” (At 17.29, 30). Se refletirmos melhor veremos que as pessoas caíram num buraco, ou seja, estão tentando viver por conta própria, agindo como se pertencessem a si mesmas. Para entendermos que as pessoas precisam se voltar para Deus precisamos compreender que o homem decaído não é simplesmente uma criatura imperfeita que precisa se aperfeiçoar, antes é um rebelde que precisa se render, depondo as armas, rendendo-se, dizendo que sente muito e que compreende que esteve no mau caminho. Significa deixar toda presunção e vontade própria que tem exercitado por anos. Significa matar uma parte de si e sofrer uma espécie de morte. É uma profunda mudança de mente ou coração. Envolve muito mais que tristeza pelo pecado, mas uma mudança na pessoa toda. Não se trata de fazer penitências, ou alguma obra que satisfaça as injustiças, ou algum tipo de remorso, lástima ou compunção mas uma meia volta a más obras, uma mudança de pensamento, sentimento, conduta e vontade, olhando para frente com esperança, numa nova direção.

Creio que a mensagem de arrependimento é urgente hoje. Encontramos pessoas completamente iludidas com esse mundo, vivendo tão somente para ele, escravas dos seus pecados, individualistas, egoístas, soberbas, mais amantes dos prazeres que amigas de Deus, materialistas, arrogantes, mentirosas, desobedientes aos pais, traidoras, falsas e muito mais. Para mudar esse triste quadro somente quando as pessoas retornam conscientemente para longe do pecado e para perto de Deus, numa completa mudança de pensamento, sentimento e vontade.

Para concluir, o convite ao arrependimento foi a primeira palavra da boca de Jesus no início do seu ministério porque é de fato a essência do próprio Evangelho de Jesus: a reconciliação do homem com Deus, o retorno à casa do Pai, uma obra de Deus e do homem.

Que Deus nos use nesses tempos de profunda necessidade das pessoas retornarem para Deus.

Rev. Renato Rocha

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Em tempo de copa do mundo de futebol

“E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.” At 2.42



Qual o brasileiro que não gosta de futebol? Com raras exceções vamos encontrar um aqui outro ali, mas no geral, todo brasileiro gosta de futebol, e eu, como um bom brasileiro não poderia ficar fora dessa e ainda mais em tempo de copa do mundo. Sem dúvida alguma que não há problema algum em se gostar de futebol e até mesmo jogá-lo, de preferência bem, mas fico às vezes pensando comigo: “eu gosto de futebol porque de manhã, de tarde e à noite fala-se sobre ele, ou porque falam-se demais sobre ele porque todos gostam dele?”

Gostaria de refletir um pouco sobre isso. Responda para você mesmo: “quantas vezes a mesma cena do gol será repetida?”, “quantos vezes você verá aquele golaço por dia?“, “quantos canais de tv e rádio e até mesmo revista irão publicar aquela cena do gol ou jogada de uma equipe?”. “Você vai às ruas e conversa com as pessoas, qual o assunto do momento? Copa do mundo” Volto a falar, não há problema algum em se gostar de um bom futebol e da copa do mundo, mas o que gostaria que pensássemos é que uma boa parte do nosso comportamento, atitude, gosto e até mesmo pensamento tem sido formado pela mídia como um todo, que bombardeia conceitos e idéias, que a meu ver não refletem os padrões do Eterno Deus. (você nessa copa do mundo, se assistir pela rede globo será bombardeado direto para que compre um carro, beba cerveja e troque de banco). Se você reparar, esse método é usado para que uma boa parte da sociedade passe a se tornar consumidora do cigarro, da cerveja, da pornografia, das novelas, dos jogos, da imoralidade, da indecência, da baixaria, de injustiça e de coisas que não promovem a justiça de Deus e o amor de uns para com os outros.

Precisamos ficar atentos sobre o modo como os anúncios são feitos. Repare comigo nestas propagandas: “Globo e você, tudo a ver”: será que TUDO que você faz tem a ver com a globo?”, outra: “todo mundo ligado na globo”: será que o mundo todo está ligado na globo? Será que não há uma pessoa que esteja assistindo outro canal, ou trabalhando ou até mesmo com a tv ligada em outro canal? Outra: “são MILHARES de pessoas que estão ligando agora”: O que querem dizer com “milhares”? será que não é muita gente? E assim lentamente, vamos sendo conduzidos por essas ondas. Minha proposta é outra, mas com a mesma filosofia: “E se nós, ao invés de sermos bombardeados por esses dizeres e cenas de todo o dia aplicássemos o nosso coração em dia-a-dia buscarmos o Senhor e bendizermos o nome dEle?, em dia-a-dia guardarmos os seus preceitos, estatutos e mandamentos? em dia-a-dia da nossa vida desejarmos morar na casa do Senhor para contemplar a sua beleza e meditar no seu templo (Sl 27.4; 145:2; Dt 6.2)? Não foi isso que Deus pediu aos pais para que fizessem aos seus filhos? (“tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.” Dt 6.7), não era assim que igreja em Jerusalém vivia? (“Diariamente perseveravam unânimes no templo At 2.47)

Meus irmãos, é preciso zelarmos pelas coisas que entram em nossas mentes e atrapalham em muito nossa intimidade com Deus. Precisamos pedir sabedoria a Deus e firmeza de propósito para fazermos como José do Egito, que mesmo sendo dia-a-dia tentado pela mulher de Potifar para que se deitasse com ela, preferiu não pecar contra Deus. Só conseguiremos isso se, diariamente, de manhã, de tarde e à noite perseverarmos na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações. Que Deus nos ensine a todos os dias só temer o seu nome.


Pr. Renato

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Quem tem ouvidos para ouvir ouça!

Muita gente hoje diz não acreditar na Bíblia, em Jesus e em Deus porque não conseguem vê-lo. Mas eu creio que o maior problema com o ser humano não está na sua incapacidade de argumentar, na sua incapacidade de raciocinar ou na sua de ver alguma coisa sobrenatural, mas o problema se encontra na sua incapacidade de ouvir: “quem tem ouvidos para ouvir ouça”, Jesus sempre disse. Em certa ocasião, após contar a parábola do Semeador, encerra dizendo justamente essa frase. Ele está dizendo que nem todos os que tem ouvidos foram feitos para ouvir ou seja, compreender as implicações da fé, crer realmente a ponto de se entregar a Cristo, crer em Sua Palavra, em sua verdade, de confiar nEle como o Deus único a quem a minha vida nada vale. Jesus conta a parábola do Semeador salientando justamente o ouvir: “A todos os que ouvem a palavra do reino e não a compreendem...o que foi semeado em solo rochoso é o que ouve a palavra... mas não tem raiz...o que foi semeado entre espinhos é o que ouve a palavra porém os cuidados do mundo...mas o que foi semeado em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende” (Mt 13.1 a 23). Jesus deixa bastante claro que aqueles que efetivamente ouvem são os que compreendem a Sua palavra e à partir daí, dão frutos. O que Jesus chama a atenção aqui é que o diabo, as angústias, as perseguições, os cuidados do mundo, a fascinação da riqueza sufocam a palavra ouvida. São essas vozes que fazem com que alguns que, mesmo tendo ouvido, não ouvem. São essas vozes que fazem com que as pessoas não creiam no evangelho, não se entreguem, permaneçam indiferentes à Deus e à sua vontade resistindo à ação do Espírito e permanecendo duras, incrédulas: “Homens de dura cerviz e incircuncisos de coração e de ouvidos, vós sempre resistis ao Espírito Santo; assim como fizeram vossos pais, também vós o fazeis.” (At 7.51). Na cidade de Roma, alguns permaneceram incrédulos após a exposição de Paulo sobre o Reino de Deus justamente porque não creram naquilo que estavam ouvindo, não se voltaram para Deus em obediência e submissão. (At 28.23 a 29).


Muitos em nossos dias, inclusive muitos “cristãos” ainda permanecem sem ouvir justamente porque vivem sob a máxima de nossos dias: “o que é certo é certo para mim”, ou seja, o que faço, penso, creio é o que é certo, e certo para mim e estou bem com a maneira que vivo e ninguém deve interferir em minha vida afinal, o que de mais estou fazendo? Não estou fazendo o que é certo? Isso é a mesma coisa que Jesus já disse a muito tempo atrás: “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”. Todos tem “ouvidos” mas nem todos “ouvem”. Todos os que acreditam que o que estão fazendo é o que é certo para si mesmos não “tem ouvidos para ouvir”, ou melhor, tem ouvidos para ouvir a si mesmos, convencerem-se de que estão no caminho certo mas não tem ouvidos para ouvir o que Cristo está dizendo.

Somando a isso tudo, ainda somos bombardeados com várias vozes, que nos vem de todos os lados tentando nos orientar, nos cativar, nos distrair, nos encantar e nos conquistar. Essas vozes sempre querem nos apresentar um outro deus, um outro estilo de vida, uma outra maneira da gente viver. Dentre essas vozes a mais feroz é a voz que vem de dentro de nós mesmos. Essa voz é difícil de ser calada. Ela é quem determina a nossa vida, o nosso modo de ver o mundo, o que cremos, em quem cremos. Essa voz é o “EU”, que nos força a ser autônomos e independentes. Passamos a acreditar que a verdade que vale para nós é aquela que “se afina” com a “minha verdade”. Isso em outras palavras é um “não ouvir”, é um ter ouvidos mas não ouvir.

Sem dúvida alguma, um dos grandes empecilhos para a uma vida em Cristo é justamente a audição, o não querer ouvir, o não querer deixar-se moldar pela palavra de Deus, por sua vontade. É tempo de profundo arrependimento, de um voltar-se para Deus e dizer-lhe que não temos ouvido direito a sua voz e não temos o obedecido. Precisamos ser pessoas de Deus, porque quem é de Deus ouve as palavras de Cristo, se entrega realmente e produz a 30, 50 e a 100 por um. Precisamos que Jesus abra o nosso entendimento para que compreendamos as Escrituras (Lc 24.45)

Que hoje seja o grande dia em que a Palavra do nosso grande Deus penetre profundamente em nossas vidas.